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Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2025

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Profissionais são indiciados por 'dano irreversível' no rosto de paciente

Cascavel PR.

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Profissionais são indiciados por 'dano irreversível' no rosto de paciente
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Denunciante contratou Sculptra", mas diz que PMMA foi usado no procedimento.
Médica e o farmacêutico de uma clínica de Cascavel, no Oeste do Paraná, foram indiciados pela Polícia Civil após a aplicação de uma substância no rosto da paciente Raquel Demichei Dornelles. Depois do procedimento estético, a vítima disse que teve muita dor e deformidade no rosto.
Nesta quinta-feira (09), a delegada de Estelionatos da Polícia Civil, Thais Regina Zanatta, disse que a médica deve responder por lesão corporal gravíssima e estelionato. O farmacêutico também responde por ambos os crimes, além do exercício ilegal da medicina. Os investigados são casados.
Ao que tudo indica, de acordo com a Polícia Civil, era a médica quem comprava as substâncias.
O caso ganhou notoriedade diante da exposição do caso nas mídias sociais. Depois da repercussão outras duas vítimas foram identificadas, informou a polícia civil.
Segundo a denúncia, Raquel contratou a aplicação de um bioestimulador chamado "Sculptra", que estimula a produção de colágeno na pele. No entanto, ela alega que o farmacêutico aplicou no rosto dela polimetilmetacrilato (PMMA).
Ela sofreu lesões e deformidade permanente, sem possibilidade de reversão dos danos estéticos. Para comprovar as irregularidades, Raquel apresentou à polícia um laudo particular que confirma o uso de PMMA, fotos, vídeos e contratos com a clínica.
No caso de Raquel, os profissionais já foram indiciados. Eles também respondem a outros dois inquéritos ainda não concluídos.
Até o momento, a Polícia Civil não notificou o casal sobre o indiciamento. A médica e o farmacêutico respondem ao crime em liberdade. A Polícia Civil do Paraná vai representar pela cassação dos registros profissionais do casal.
Conselhos de Farmácia e Medicina encontraram irregularidades na clínica
Em setembro de 2024, os conselhos regionais de farmácia e medicina encontraram irregularidades na clínica durante inspeção. A ação foi motivada por uma denúncia recebida pelo Ministério Público, envolvendo Raquel.
A fiscalização contou com a participação da fiscal farmacêutica Daiane Perondi e da gerente de fiscalização Tayna de Lima, representando o Conselho Regional de Farmácia (CRF-PR). O médico fiscal Dr. Pedro Luiz de Araújo Neto e os agentes fiscais Pedro Debarba e Gilberto Schmitt Júnior representaram o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR).
"Durante a inspeção, a equipe constatou diversas irregularidades, incluindo a utilização, pelo farmacêutico, da substância PMMA (polimetilmetacrilato, uma substância sintética que, embora aprovada para uso médico em casos muito específicos, como em procedimentos reparadoras, é amplamente desaconselhada para fins estéticos devido ao alto risco de complicações, incluindo inflamações, infecções e deformidades permanentes)."
Em nota, o CRF-PR disse que conduziu uma análise detalhada da denúncia, trabalhando de forma rigorosa para garantir uma apuração completa e transparente, a fim de apurar as responsabilidades e assegurar que as medidas necessárias sejam tomadas.
Defesa de clínica investigada nega acusações
A defesa dos profissionais indiciados negou as acusações feitas pela paciente Raquel Demichei Dornelles relacionadas ao procedimento estético feito em junho de 2023.
Segundo os advogados, as acusações são "falsas e caluniosas". Em nota de esclarecimento, a defesa afirmou que o procedimento foi conduzido de forma adequada, com técnica profissional e sem negligência.
A defesa destacou que a paciente assinou um termo de consentimento no momento do atendimento, reconhecendo os possíveis riscos e reações adversas. Além disso, ressaltou que uma decisão liminar já reconheceu a fragilidade das acusações, negando a cobertura de despesas médicas adicionais.
FONTE/CRÉDITOS: Catve
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