O senhor Hoisi Brechet, de 65 anos, teve o imóvel onde residia e trabalhava demolido pela Secretaria de Infraestrutura de Capinzal no dia 18 de abril deste ano, enquanto estava internado em uma clínica de reabilitação em Campos Novos. O idoso procurou a reportagem da Rádio Nativa FM para relatar o ocorrido, classificando a situação como um descaso por parte da administração municipal.
O imóvel, de aproximadamente 200m², localizado próximo à linha férrea na Rua Ernesto Hachmann, no pátio da antiga estação ferroviária pertencente à Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), era utilizado pela família Brechet desde 12 de maio de 1982. A permissão de uso foi concedida através do processo nº 462/82, e desde então a família vinha pagando o aluguel à empresa, além de arcar com as despesas de luz e água. No local, Hoisi desenvolvia atividades de chapeação e utilizava o espaço também como moradia.
Em entrevista exclusiva, o senhor Hoisi Brechet, ainda abalado com a situação, relatou o que encontrou ao retornar a Capinzal após o tratamento.
“Cheguei no local e não encontrei mais nada, minhas ferramentas, minhas coisas todas tinham desaparecido. Estou hospedado um hotel porque não tenho onde morar. Eu só queria minhas coisas de volta, o barracão onde eu trabalhava e vivia, para poder recomeçar”, desabafou.
Ele conta que, devido a problemas de saúde, incluindo uma lesão na coluna e alcoolismo, precisou ser internado em uma clínica para tratamento.
“Eu estava com depressão e problemas na coluna. A prefeitura sabia disso, eu deixei meu número de telefone e endereço na clínica, mas mesmo assim demoliram tudo. Quando eu voltei, não tinha mais nada, parece que fui jogado na rua como um cachorro”, lamentou Hoisi.
A respeito da demolição, ele afirmou que não foi informado previamente e que só soube do ocorrido ao retornar para casa.
“Meu amigo viu a demolição e filmou tudo. Algumas das minhas ferramentas foram vendidas, isso está comprovado. Eu tinha compressores, lixadeiras, furadeiras, peças de carro, tudo desapareceu. Só sobrou o pátio vazio”, revelou.
O senhor Hoisi procurou a prefeitura para buscar explicações e auxílio para moradia e trabalho, mas não obteve resposta.
“Falei com um assessor, o Molin, e ele disse que eu deveria procurar meus direitos. Falei também com o prefeito e a vice-prefeita, mas fui ignorado. Eu não quero dinheiro, só queria minhas coisas de volta. Derrubaram tudo sem me avisar. Agora estou sem trabalho, sem lugar para morar e não posso pagar aluguel”, completou.
Atualmente, o idoso está vivendo com o apoio de amigos e familiares, que o ajudam a pagar as despesas do hotel onde está hospedado. Com um rendimento limitado ao valor de 600 reais do Auxílio Brasil, ele afirma que esse montante não é suficiente sequer para as necessidades básicas. Sem alternativa, ele se encontra em uma situação de vulnerabilidade, sem saber como proceder, já que até o momento não obteve resposta da prefeitura sobre uma possível realocação ou assistência.
A demolição foi parte de uma operação da prefeitura para desobstrução de áreas, mas Hoisi questiona a falta de comunicação e a destruição do local onde ele vivia e trabalhava há tanto tempo. Ele registrou um boletim de ocorrência relatando o desaparecimento de seus pertences e pede o apoio da comunidade para poder recomeçar sua vida.
Destinação dos destroços
Segundo imagens registradas por um dos amigos do idoso, os destroços do imóvel, incluindo eletrodomésticos, móveis, utensílios, roupas e documentos, foram descartados de forma irregular no meio ambiente. Os materiais foram posteriormente aterrados em uma área próxima ao campo de futebol da comunidade de São Roque. A ação levantou questionamentos sobre o destino inadequado dos bens de Hoisi Brechet, intensificando ainda mais o drama vivido pelo idoso, que perdeu todos os seus pertences durante a demolição.
Como ajudar
Hoisi precisa de um lugar para se instalar que tenha um preço acessível, além de alguns eletrodomésticos, como uma geladeira, utensílios e um colchão. Ele também solicita o apoio da comunidade para doações de roupas. O idoso expressa sua disposição para trabalhar e recomeçar a vida, buscando reconstruir sua trajetória.
Interessados em ajudar podem entrar em contato pelo número (49) 9 9944-3875 para mais informações.
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