A família de uma menina de dois anos viveu momentos de angústia ao descobrir que a criança havia sido deixada sozinha e trancada em uma sala de aula do CEIM Audete Paz Antunes, no Distrito de Ibicuí. O episódio, que gerou revolta e preocupação, foi denunciado por Jaine Souza, tia da criança e moradora da região da Corredeira. Segundo Jaine, a situação só foi descoberta porque pessoas que passavam em frente à creche perceberam a menina chorando na janela da sala. De acordo com o relato da tia, o transporte escolar responsável por levar a criança até sua casa chegou sem ela, o que imediatamente chamou a atenção da família. "O motorista chegou a ir na casa da minha mãe, avó da menina, dizendo que a professora havia informado que a criança não tinha comparecido à aula naquele dia", contou Jaine. Contudo, a realidade era outra: a menina havia ficado trancada na escola após o fim das atividades. A avó da menina tentou entrar em contato com a diretora da creche, mas, antes de completar a ligação, a própria diretora retornou informando que a criança havia sido encontrada dentro da sala. “Ela estava em cima de uma cadeira, chorando e batendo na janela. Foi um descuido muito grave”, lamentou a tia.
Ainda segundo Jaine, o caso poderia ter tido consequências ainda mais graves, já que a família mora a 12 km de distância da creche e só perceberia a ausência da menina quando o transporte escolar chegasse em casa. “Se não estivessem passando pessoas pela frente da creche, minha sobrinha teria ficado sabe lá até que horas. Ela mal sabe se virar sozinha. Nós só daríamos conta da falta dela quando o transporte chegasse aqui”, desabafou. A tia também destacou a necessidade de medidas para evitar que situações como essa se repitam. “Deviam ter mais cuidado com as crianças antes de fechar a creche. É preciso verificar todas as salas para garantir que ninguém ficou para trás. Minha sobrinha estava soluçando de tanto chorar. Em desespero, ela subiu numa cadeira e começou a bater na porta e chorar. Imagina se ela caísse?”, questionou Jaine. Além disso, a denúncia aponta uma contradição no relato da professora. Segundo o motorista do transporte escolar, a docente afirmou que a menina não havia comparecido à aula naquele dia. “Como pode a professora nem perceber que a criança estava lá? Isso é inadmissível”, criticou a tia.
Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura se pronunciou sobre o ocorrido no CEIM Audete Paz Antunes. Confira o comunicado na íntegra:
Nota da Secretaria Municipal de Educação e Cultura
A Secretaria Municipal de Educação e Cultura vem, por meio desta nota, esclarecer que já está apurando os fatos referentes ao incidente ocorrido ontem no CEIM Audete Paz Antunes. A secretaria reitera seu compromisso com a transparência e a segurança dos alunos, e informa que está tomando todas as providências necessárias para apurar as circunstâncias do ocorrido e esclarecer o que realmente aconteceu. A Secretaria de Educação e Cultura reitera seu compromisso com a educação de qualidade e com a integridade de todos os envolvidos no ambiente escolar. Atenciosamente, Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
A família agora aguarda o resultado das investigações e espera que medidas sejam adotadas para evitar que situações como essa se repitam. “Não podemos aceitar que algo assim aconteça com qualquer criança. Estamos falando de uma menina de dois anos, que não tem como se defender ou pedir ajuda. É uma falha grave, e esperamos que tudo seja esclarecido”, concluiu Jaine. O caso gerou indignação na comunidade local e reacendeu o debate sobre a segurança e o cuidado nas instituições de ensino infantil. Até o momento, além da nota oficial, a creche não se pronunciou diretamente sobre o episódio.
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