Um casal de Videira foi condenado por estelionato e extorsão pela comarca de Tangará. A sentença, proferida nesta quarta-feira (21) pelo juiz Flávio Luis Dell’Antônio, impôs aos réus uma pena de 17 anos de reclusão em regime inicial fechado, além de multa e reparação dos danos causados à vítima. Os crimes ocorreram entre dezembro de 2021 e maio de 2022, quando o casal enganou um agricultor do interior de Monte Carlo, levando-o a realizar diversos repasses de dinheiro.
Aproveitando-se da vulnerabilidade emocional do homem, que havia se separado recentemente, a mulher prometeu apresentá-lo a uma "amiga". Pouco depois, essa suposta amiga entrou em contato com ele pelo WhatsApp, iniciando um relacionamento virtual.
Com o passar dos meses, a "namorada" começou a pedir dinheiro sob pretextos diversos, como despesas com tratamento dentário, internações hospitalares e medicamentos. Na tentativa de ajudá-la, o homem fez inúmeros depósitos, chegando a contrair empréstimos de amigos e até recorrer a agiotas.
Quando ele começou a cobrar a devolução do dinheiro, a "namorada" interrompeu o contato. Desconfiado, o homem procurou a amiga, que sugeriu que ele havia sido vítima de um golpe e indicou um advogado para recuperar os valores.
O "advogado" entrou em cena, mas também exigiu depósitos para mover a ação. Após fazer vários repasses, outro "advogado" apareceu, alegando que o primeiro havia falecido, mas que ele poderia continuar o caso, novamente exigindo mais dinheiro.
Quando a vítima começou a desconfiar e hesitou em enviar mais dinheiro, o segundo "advogado" passou a ameaçá-lo, afirmando que abriria um processo por estupro, alegando que a namorada havia feito uma denúncia contra ele.
Desesperado, o agricultor procurou a polícia, onde registrou os fatos e comprovou que havia repassado R$ 143.200,00 aos estelionatários através de 72 depósitos. A investigação revelou que a "amiga" era, na verdade, a própria namorada virtual e também os dois falsos advogados, usando um número de celular e uma conta bancária em nome de seu marido.
O juiz destacou que os acusados se aproveitaram da carência e da ingenuidade da vítima, criando uma trama digna de um filme. Apesar da condenação, o magistrado permitiu que os réus recorram em liberdade, já que responderam ao processo soltos.
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